domingo, 20 de maio de 2012

VERA ROCHA É A CONVIDADA DO PROGRAMA "MULHERES EM AÇÃO" NESTA SEGUNDA-FEIRA. ASSISTA!

VERA ROCHA


As primeiras noções de desenho de Vera Rocha vieram cêdo, aprendidas com seu pai Agostinho Vidal da Rocha, grande arquiteto e artista plástico, um dos responsáveis pelo conceito de modernização estética das lojas do grupo Pão de Açucar no Brasil, pelo projeto do monumento a Pedro Alvares Cabral, no parque do Ibirapuera (SP), entre outros.



Por uma ironia do destino Vera Rocha é tambem sobrinha de um dos maiores artistas plásticos contemporâneos de Portugal, o pintor Antônio Costa Pinheiro.



Foi nesse ambiente familiar onde essa menina nascida em Lisboa Portugal,que chegou ao Brasil com dez anos de idade despertou seu talento e vocação para as Artes Plásticas. Formada pela faculdade FAAP (SP), e diplomada pela escola de joalheria "Oficina" (SP), profissionalizou-se em desenho, pintura, design e confecção de jóias, entre outras técnicas que envolvem o universo das Artes Plásticas.


Seu nome vem conquistando respeito principalmente na área de arquitetura, onde tem travado boas e bem sucedidas parcerias com arquitetos e escritórios como "Vidal e Sant´Anna Arquitetura". Com frequência suas obras vêem sendo expostas em um dos maiores eventos anuais de arquitetura " Casa Cor SP".
http://verarocha.blogspot.com.br/#!/




quinta-feira, 17 de maio de 2012

CÂNCER DE MAMA EM MULHERES EM AÇÃO NESTA QUINTA-FEIRA

Programa Mulheres em Ação -07/05/12- PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES COM A PARTICIPAÇÃO DE NEUZA TITO DA SOF



PARA ASSISTIR AOS VÍDEOS DO PROGRAMA  CLIQUE AQUI






SOF- Sempreviva Organização Feminista


1- INFORMAÇÕES GERAIS


A SOF, Sempreviva Organização Feminista, é uma ONG (organização não-governamental) feminista que atua desde 1963 em todo o Brasil, apesar de ter apenas uma sede em São Paulo. Esta tem como objetivo difundir o feminismo em diversos setores da sociedade, sensibilizando tanto homens quanto mulheres a lutar pela igualdade entre ambos. O público prioritário são as mulheres organizadas no movimento autônomo de mulheres, movimento popular e sindical, rural e urbano.


Endereço:


R. Ministro Costa e Silva, 36 - Pinheiros


São Paulo, SP; CEP: 05417-080


Contato:


(11) 3819.3876


sof@sof.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.






2- CONHECENDO A PROPOSTA


As feministas da Sempreviva Organização Feminista (SOF) trabalham para difundir o feminismo em amplos setores da sociedade e sensibilizar atrizes e atores sociais que lutam pela ampliação da cidadania, a fim de comprometê-los com a igualdade entre mulheres e homens. Compreendem que as relações de gênero se articulam com as de classe, raça e etnia, e que o feminismo é um elemento constitutivo de um projeto global de transformação da sociedade que se propõe a criar condições de cidadania e igualdade para todas e todos. A reafirmação da igualdade não se faz em detrimento das diferenças, elas acreditam na possibilidade de processos coletivos, em que se estabeleça um compromisso ético-político comum, sintonizado com as questões apresentadas pelo momento histórico atual. A SOF investe na atualização do debate feminista a partir da divulgação de temas pouco tratados no Brasil – como a economia feminista – e da releitura de temas históricos do feminismo, como o controle sobre o corpo das mulheres.


As linhas de atuação da SOF são as de formação feminista, assessoria e acompanhamento de políticas públicas, publicação e difusão, construção e articulação, e desenvolvimento organizacional.


O seu desempenho está centrado na articulação de um campo democrático popular no movimento feminista que se constrói em discursos, práticas organizativas e ações e alianças com movimentos e processos alternativos ao neoliberalismo, chamando-os a assumir o feminismo como parte integrante de nossos projetos de transformação da sociedade.


A SOF é uma das principais organizadoras no Brasil e no mundo da Marcha Mundial das Mulheres, além de ser a sua sede mundial até o ano de 2012.


A Marcha Mundial das Mulheres nasceu no ano de 2000, com uma mobilização que reuniu mulheres de muitos lugares do mundo, que se reuniram para uma campanha contra a violência e a pobreza.


Estas ações começaram no dia Internacional da Mulher (8 de março) e terminaram no dia 17 de outubro.


A MMM teve como inspiração para sua criação uma manifestação feita no ano 1995, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200km pedindo simbolicamente, “Pão e Rosas”. Estas ações marcaram as mobilizações das mulheres nas ruas, fazendo uma critica ao sistema capitalista.


Foram alcançadas diversas conquistas como o aumento dos salários mínimos, mais direitos para as mulheres migrantes e apoio à economia solidária.


Entre os princípios da MMM estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base e as alianças com movimentos sociais.


Defende-se a visão de que as mulheres são sujeitos ativos na luta pela transformação de suas vidas e que ela está vinculada à necessidade de superar o sistema capitalista patriarcal, racista, homofóbico e destruidor do meio ambiente.


A Marcha busca construir uma perspectiva feminista afirmando o direito à auto–determinação das mulheres e a igualdade como base da nova sociedade que lutam para construir.





5- REFERÊNCIAS
www.sof.org.br


MORRIS, William. Notícias de lugar nenhum, ou uma época de tranqüilidade. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2002.


COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989.


BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 2008

sábado, 5 de maio de 2012

PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É O TEMA DO PROGRAMA NESTA SEGUNDA-FEIRA DIA 07 DE MAIO. NÃO PERCA!

CARTA A TODOS GOVERNANTES DA TERRA – RIO +20


Estamos nos aproximando do momento em que ocorrerá o maior evento planetário desta década: a Rio + 20.
O futuro da Humanidade estará sendo debatido por centenas de representantes de países do mundo inteiro.
Será uma das últimas chances de encontrarmos respostas para os problemas globais, antes que eles alcancem proporções incontroláveis.
Não temos mais como adiar as decisões acerca do meio ambiente.
Nossos prazos estão se esgotando. O ponto crítico, quando poderá ocorrer um colapso global de todos os sistemas ambientais, talvez seja alcançado por volta do ano de 2020.
Se nada fizermos, dentro dos poucos anos que nos restam até 2020, teremos de aceitar que a Terra, como um sistema que busca um contínuo estado de equilíbrio, encontre as suas próprias respostas.
Se ficarmos omissos, a Humanidade ainda teria o seu espaço vital garantido até 2020?
Estamos presenciando um momento ímpar para toda a comunidade planetária. Algo sem precedentes na história do Planeta e das civilizações.
Um momento onde algo silencioso desponta, a cada dia, num universo de incertezas, movido por uma imensa complexidade a nível sócio-econômico, político-cultural e de valores humanos e planetários.
Os seres humanos já despertos precisam deixar bem claro que não aceitam mais decisões que conduzam a Terra, portanto também a Humanidade, para um caminho de destruição.
Basta de decisões de cima para baixo, pois o que está em jogo é o destino de toda a Humanidade.
Cada ser humano consciente e responsável deve ser ouvido.
O que se entendia por “desenvolvimento” é algo equivocado e deverá ter uma nova conotação, em sincronia com o desenvolvimento da consciência humana.
É preciso, antes, regenerar, recompor o que foi perdido e a economia não pode ser um obstáculo.
O mundo já está amadurecido o suficiente para saber de sua verdadeira situação, dos perigos que rondam a todos nós e ameaçam a continuidade da espécie humana.
A hora dos discursos já acabou.
Perdemos muito tempo com palavras vazias e... desprovidas de um verdadeiro amor pela Terra.
Precisamos de uma nova linguagem planetária, não restrita a palavras, conceitos, crenças, mas expressa num amplo compartilhar,...
...onde governantes e toda comunidade planetária possam atuar em sincronia, em mesma ressonância consciencial.
Precisamos de uma nova “Visão de Mundo”, na qual todos os seres humanos sejam valorizados como merecem, assim como a Vida sob todas as suas formas.
Uma nova “Visão de Mundo” que traga esperanças quanto ao futuro próximo, não apenas soluções imediatistas e vinculadas a interesses que não correspondem aos anseios da Humanidade.
O atual modelo econômico não mais atende às necessidades planetárias. Apenas a sexta parte de toda a Humanidade está se beneficiando verdadeiramente dos avanços econômicos.
As atuais desigualdades crescerão ainda mais dentro dos próximos anos. Não conseguimos resolvê-las até agora.
Certamente, em meio à escassez que se avizinha, o quadro ficará mais difícil e complexo.
Assim, tudo precisa ser revisto urgentemente.
A Terra e toda a comunidade da Vida não têm mais condições de aguardar pelas decisões humanas.
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Texto na íntegra em vídeo
(Civilização Solar)

 
VÍDEO - Carta a todos Governantes da Terra - Rio +20 (Civilização Solar);

 
Equipe PAHLBrasilSustentável
www.ctarvoredavida.com.br / Resp.SocioAmbientalCultural
PAHL - Plano de Ação de Humanos Livres
Onde está o alicerce da nossa vida?
Onde podemos apoiar-nos?
O filósofo Estobeu registrou que “a riqueza é uma âncora sem firmeza; a glória tem ainda menos estabilidade, assim como o corpo físico ou o poder pessoal e as honras. A prudência, a generosidade e a força interior são as âncoras poderosas. Nenhuma tempestade pode sacudi-las.”
De fato, podemos evitar bastante sofrimento aprendendo a construir nossa vida sobre a base firme da verdade, e não sobre coisas efêmeras.
"Três coisas agradam a todo mundo: gentileza, frugalidade e humildade.
Pois os gentis podem ser corajosos, os frugais podem ser liberais e os humildes podem ser condutores de outros."
"O segredo da manifestação é desapegar-se da necessidade de manifestar algo.
Quando há intenção desapegada - podemos criar tudo."
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Mensagem 047 - Civilização Solar
Música: Amazing Grace - André Rieu

 
O.U.S.E

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Todas as coisas têm dois lados


Suponha que lhe aconteça o que me aconteceu. Recebi da Espanha um chaveiro de metal. Já era importante por ser um presente. Percebendo o peso e a cor, conclui sem pestanejar: é de prata!


Feliz da vida, coloquei nele as chaves do meu carro e passei a desfrutar da pequena jóia. Além do lado liso e brilhante, o outro lado trazia um baixo relevo, que o tornava verdadeira obra de arte. O prazer com que passei a usá-lo está na origem do que vim a sentir, meses depois.


Certa manhã, fui pegar o chaveiro de prata na garagem do meu prédio. Sabe, a necessidade de manobras... E foi então que recebi um choque. Não havia sido roubado, não! Talvez tenha sido pior. A parte de trás estava inexplicavelmente descascada! O amarelo vivo do latão acusava uma decepção. O desapontamento tomou conta de mim. Fiquei paralisado por alguns momentos. Aí olhei o lado da frente. Estava em ordem. Tive, então, um estalo. Olhar o lado descascado me causava desprazer, mas eu podia olhar o da frente e continuar gostando dele. A escolha era minha. Eu era responsável por me sentir bem ou me sentir mal. Já que os dois lados eram reais, seria tão honesto preferir olhar mais um lado do que outro. Eu não estaria mentindo para mim mesmo, se preferisse olhar o lado bem conservado; e me tornaria responsável por me sentir bem.


Comecei a perceber, então, que todas as coisas da vida têm dois lados. Um lado sombrio, desagradável, penoso. E outro claro, luminoso, colorido. Podia assim escolher, para vantagem minha, o lado que me conservaria sempre no melhor astral.


Por exemplo, o fato de ter furado o pneu do carro, coisa desagradável, é o lado sombrio; mas, pensando bem, isso só acontece com quem tem carro! É o lado luminoso e colorido do mesmíssimo fato. Você pode se dar ao luxo de ter de trocar o pneu de seu carro de vez em quando, pois, em contrapartida, ele lhe dá prazer e lhe presta serviço no resto do tempo.


Outro exemplo. Uma chuva inesperada impede você e sua família de saírem para um piquenique, como haviam planejado. É o lado sombrio. Mas, em compensação, você poderá ter tempo em casa, finalmente, para arrumar aquela torneira pingando ou para assistir a um filme no seu vídeo. Pode ser o lado luminoso.


Ou, ainda, alguém sofre um pequeno acidente ou contrai uma febre, ficando obrigado a ficar de cama. É o lado sombrio. O lado luminoso - e quantas vezes acontecido! - pode ser a experiência de repensar a vida; ou a de, finalmente, se dar conta de quanto é estimado e visitado pelos parentes e amigos, apesar de ter tido dúvidas, até então.


Um último exemplo. Seu patrão lhe chama a atenção com frequência, seus colegas de trabalho costumam ser competitivos e pouco amigos. É o lado sombrio. Você não se vai acomodar, é claro. Vai tomar providências cabíveis para que a situação melhore. Mas, por outro lado, você tem emprego, o que não é para se minimizar. Quantos gostariam de ter um!


Você poderia objetar em primeiro lugar: mas, esse não é o jogo da Polyanna? Não é o mesmo que mentir para si mesmo e fazer de conta, como quem esconde o sol com a peneira? Desde o início pode ter ficado claro que olhar qualquer dos lados é honesto, e que você é responsável pelo lado que prefere fixar. Olhando o lado bonito da vida, você não está escondendo nada, apenas está preferindo ser feliz. Qual é o mal?


Você ainda poderia dizer: mas isso é tão difícil! Será que alguém consegue pensar assim? Eu lhe garanto que é possível. Vamos concordar também que é difícil. Ora!


O que não é difícil, quando enfrentado pela primeira vez! Digitar numa máquina de escrever, dirigir um carro, aprender língua estrangeira, escrever corretamente o português, fazer tricô e qualquer outra coisa no mundo. Entretanto, seja o que for, você consegue dominar, com duas condições: ter a receita correta e treinar com perseverança.


Então, você também pode descobrir o lado colorido e mais real da sua vida. Nada o impede.


Autor desconhecido
Enviada por: Edeli Arnaldi




http://www.metaforas.com.br/metaforas/metaf20110820.asp

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho



“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo

 

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

Fonte: IBGE / Ministério do Trabalho

Chicago, maio de 1886

O retrocesso vivido nestes primórdios do século XXI remete-nos diretamente aos piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se buscava a extração da mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.

Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.

Como já se tornou praxe, os jornais patronais chamavam os líderes operários de cafajestes, preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.

 

No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos líderes pedirem calma.

Os oradores se revesavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.

A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.

A justiça burguesa levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.


Spies fez a sua última defesa:

 

"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"

 

Parsons também fez um discurso:

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:

"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".

Mártires de Chicago: Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg (ao centro) suicidou-se na prisão.

No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.

Em 1888 quando a AFL realizou o seu congresso, surgiu a proposta para realizar nova greve geral em 1º de maio de 1890, a fim de se estender a jornada de 8 horas às zonas que ainda não haviam conquistado.

No centenário do início da Revolução Francesa, em 14 de julho de 1889, reuniu-se em Paris um congresso operário marxista. Os delegados representavam três milhões de trabalhadores. Esse congresso marca a fundação da Segunda Internacional. Nele Herr Marx expulsou os anarquistas, cortou o braço esquerdo do movimento operário num momento em que a concordância entre todos os socialistas, comunistas e anarquistas residia na meta: chegada a uma sociedade sem classes, sem exploração, justa, fraterna e feliz. Os meios a empregar-se para atingir aquele objetivo constituíam os principais pontos de discordância: Herr Marx, com toda a sua genialidade incontestável, levou adiante a tese de que somente através de uma “Ditadura do Proletariado” se poderia ter os meios necessários à abolição da sociedade de classes, da exploração do homem pelo homem. Mikhail Bakunin, radical libertário, contrapondo-se a Marx, criou a nova máxima: “Não se chega à Luz através das Trevas.” Segundo o Anarquista russo, deve-se buscar uma sociedade feliz, sem classes, sem exploração e sem “ditadura” intermediária de espécie alguma! A tendência majoritária do Congresso ficou em torno de Herr Marx e os Anarquistas foram, vale repetir, expulsos. Muitos têm apontado nesta ruptura de 1890 os motivos do fracasso do socialismo dito “real”: enfatizou-se mais do que o necessário a questão da “ditadura” e o “proletariado” acabou esquecido. A própria China de hoje (2004) é disso exemplo: uma pequenina casta de empresários lidera ditatorialmente uma nação equalizada à força aproximando perigosamente aquela tendência do neoliberalismo...

Fechando este parêntese que já vai longo, voltemos à reunião do Congresso Operário de 1890: na hora da votar as resoluções, o belga Raymond Lavigne encaminhou uma proposta de organizar uma grande manifestação internacional, ao mesmo tempo, com data fixa, em todas os países e cidades pela redução da jornada de trabalho para 8 horas e aplicação de outras resoluções do Congresso Internacional. Como nos Estados Unidos já havia sido marcada para o dia 1º de maio de 1890 uma manifestação similar, manteve-se o dia para todos os países.

No segundo Congresso da Segunda Internacional em Bruxelas, de 16 a 23 de setembro de 1891, foi feito um balanço do movimento de 1890 e no final desse encontro foi aprovada a resolução histórica: tornar o 1º de maio como "um dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".

Como vemos, a greve de 1º de maio de 1886 em Chicago, nos Estados Unidos, não foi um fato histórico isolado na luta dos trabalhadores, ela representou o desenrolar de um longo processo de luta em várias partes do mundo que, já no século XIX, acumulavam várias experiências no campo do enfrentamento entre o capital (trabalho morto apropriado por poucos) versus trabalho (seres humanos vivos, que amam, desejam, constroem e sonham!).

O incipiente movimento operário que nascera com a revolução industrial, começava a atentar para a importância da internacionalização da luta dos trabalhadores. O próprio massacre ao movimento grevista de Chicago não foi o primeiro, mas passou a simbolizar a luta pela igualdade, pelo fim da exploração e das injustiças.

Muitos foram os que tombaram na luta por mundo melhor, do massacre de Chicago aos dias de hoje, um longo caminho de lutas históricas foi percorrido. Os tempos atuais são difíceis para os trabalhadores, a nova revolução tecnológica criou uma instabilidade maior, jornadas mais longas com salários mais baixos, cresceu o número de seres humanos capazes de trabalhar, porém para a nova ordem eles são descartáveis. Essa é a modernidade neoliberal, a realidade do século que iniciamos, a distância parece pequena em comparação com a infância do capitalismo, parecemos muito mais próximos dela do que da pseudo racionalidade neoliberal, que muitos ideólogos querem fazer crer.

A realidade nos mostra a face cruel do capital, a produção capitalista continua a fazer apelo ao trabalho infantil, somente na Ásia, seriam 146 milhões nas fábricas, e segundo as Nações Unidas, um milhão de crianças são lançadas no comércio sexual a cada ano!

A situação da classe trabalhadora não é fácil; nesse período houve avanços, mas a nova revolução tecnológica do final do século XX trouxe à tona novamente questões que pareciam adormecidas. Tal qual no final do século XIX, a redução da jornada de trabalho é a principal bandeira do movimento sindical brasileiro; na outra ponta uma sucessão de governos neoliberais (Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva) fazem o inimaginável pela supressão de direitos trabalhistas conquistados a duras penas ao longo dos anos (13º salário, direito a férias remuneradas, multa de 40% por rompimento de contrato de trabalho, Licença Maternidade, etc.) ampliando as dificuldades ao trabalho, principalmente face a uma crise de desemprego crescente, e simplificando cada vez mais a vida da camada patronal. Neste sentido, naturalmente, a reflexão das lutas históricas passadas torna-se essencialmente importante, como aprendizagem para as lutas atuais.

 Marx
Bakunin
Trotski 
O Dia do Trabalho no Brasil

No Brasil, como não poderia deixar de ser, as comemorações do 1º de maio também estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho. A primeira celebração da data de que se tem registro ocorreu em Santos, em 1895, por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar. A data foi consolidada como o Dia dos Trabalhadores em 1925, quando o presidente Artur Bernardes baixou um decreto instituindo o 1º de maio como feriado nacional. Desde então, comícios, pequenas passeatas, festas comemorativas, piqueniques, shows, desfiles e apresentações teatrais ocorrem por todo o país.

Com Getúlio Vargas – que governou o Brasil como chefe revolucionário e ditador por 15 anos e como presidente eleito por mais quatro – o 1º de maio ganhou status de “dia oficial” do trabalho. Era nessa data que o governante anunciava as principais leis e iniciativas que atendiam as reivindicações dos trabalhadores, como a instituição e, depois, o reajuste anual do salário mínimo ou a redução de jornada de trabalho para oito horas. Vargas criou o Ministério do Trabalho, promoveu uma política de atrelamento dos sindicatos ao Estado, regulamentou o trabalho da mulher e do menor, promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo o direito a férias e aposentadoria.

Na Constituição de 1988, promulgada no contexto da distensão e redemocratização do Brasil após a ditadura militar (que perseguiu e colocou no mesmo balaio liberais, comunistas e cristãos progressistas), apesar de termos 80% dos tópicos defendendo a propriedade e meros 20% defendendo a vida humana e a felicidade, conseguiu-se uma série de avanços – hoje colocados em questão – como as Férias Remuneradas, o 13º salário, multa de 40% por rompimento de contrato de trabalho, Licença Maternidade, previsão de um salário mínimo capaz de suprir todas as necessidades existenciais, de saúde e lazer das famílias de trabalhadores, etc.

A luta de hoje, como a luta de sempre, por parte dos trabalhadores, reside em manter todos os direitos constitucionais adquiridos e buscar mais avanços na direção da felicidade do ser humano.

Quebre os grilhões

Lázaro Curvêlo Chaves - Primeiro de Maio de 2004

"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski
A todos

Que saíram às ruas

De corpo-máquina cansado,

A todos

Que imploram feriado

Às costas que a terra extenua –

Primeiro de Maio!

Meu mundo, em primaveras,

Derrete a neve com sol gaio.

Sou operário –

Este é o meu maio!

Sou camponês - Este é o meu mês.

Sou ferro –

Eis o maio que eu quero!

Sou terra –

O maio é minha era!








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